Segurança ou paranoia?

Dia da Internet Segura - 2011

Hoje se comemora o Dia da Internet Segura, com mobilização em 65 países e uma variada programação pelo Brasil até o fim-de-semana, com eventos presenciais e à distância. A proposta é difundir o uso seguro e consciente da internet. Mas o que é realmente seguro neste espaço que, de tão diferente e cheio de possibilidades, é chamado de virtual, mas faz parte de nossa vida real? Muitos veem preocupações quanto à segurança digital como paranoia, algo delirante e defasado da realidade. É comum ouvirmos dizerem que "sistemas são seguros", "tudo que acontece é registrado e tem como ser rastreado" ou "isto é impossível", se referindo à hipótese de crimes na internet, mas não é isso que os fatos mostram.

Hackers são ótimos programadores com péssimas intenções que burlam medidas de segurança e invadem sistemas os mais variados, por diversos motivos. Espionagem, vingança, roubo, seja de dinheiro, informações ou qualquer outra coisa, ou por pura e simples maldade, aquela vontade de fazer outras pessoas se darem mal. Parece exagero, mas isto já virou mesmo uma guerra, na qual até o Exército Brasileiro resolveu entrar.
Abusando das expressões aparentemente hiperbólicas, mas agora um tanto quanto "lineares", segurança (ou a falta dela) na internet é guerra e também é caso de polícia. Vindo dos EUA, mas não de Hollywood e sim do próprio FBI, mais uma história de um hacker, mas este em nova "especialidade": a extorsão sexual. Jovens despreparadas se deixavam controlar e abusar por medo e desconhecimento. Algo afastado de nossa realidade? Certamente não. Me assusto a cada vez que vejo um adolescente passando horas na internet, à mercê de coisas deste tipo pra pior, como os famosos encontros marcados pela internet, que muitas vezes são a última ação conhecida de jovens desaparecidas, como esta guria. Não quero fazer papel de jornal sangrento, já há muitos por aí. Mas resolvi levantar alguns exemplos, reais e recentes, de coisas que sabemos que acontecem mas às vezes não queremos admitir e realmente nos proteger deles.

Então, o que fazer? Este infográfico traz alguns dados estatísticos interessantes, confirmando que se deve precaver quanto à exposição das crianças e jovens à internet. Mas não só deles, de todos nós. Expor informações pessoais na internet pode gerar transtornos de todos os tipos, pois facilita a vida de quem está em busca de novas vítimas. Com isso em mente, é preciso se tomar cuidado especial com as redes sociais que, não obstante tenham diversas excelentes utilidades, têm servido também de nicho para o aumento qualitativo e quantitativo de práticas criminosas. O legislativo brasileiro tentou se atualizar através Projeto de Lei 84-1999 mas não sei se isso é confiável, pois apresentou erros de abrangência e imprecisão graves, como dar uma definição de "vírus" que criminalizaria atividades lícitas e necessárias à pesquisa nacional.

Portanto, o mais sensato é cada um cuidar bem de suas informações e segurança própria e da família, principalmente enquanto nem mesmo as leis em nosso país conseguirem acompanhar ao menos de perto o desenvolvimento sagaz e diabólico das mentes vazias do mundo digital.

Comentários

  1. Excelente! É como eu sempre digo: estar na internet e estar na rua no centro de uma cidade grande não faz muita diferença. Pessoas são pessoas, seja no espaço concreto ou no espaço digital.
    Só cabe notar um detalhe. Embora o nome "hacker" esteja vinculado a uma ideia de más intenções, o correto é que hacker são "fuçadores", pessoas que gostam de saber como as coisas funcionam e, por isso, são, sim, excelentes programadores. Se um hacker tem más intenções, o nome é cracker (que quebra senhas, por exemplo). Eu gosto de fazer essa diferenciação porque o jeito de ser hacker tem coisas muito positivas e é triste que isso não seja valorizado. A mídia - sempre ela - faz estragos com os estereótipos deturpados que cria...

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  2. Ana, obrigado pela visita e pela contribuição com sua opinião!
    Ainda acredito que boas práticas possam ser disseminadas, a despeito de preconceitos e noções deturpadas por interesses outros.

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